Esta semana deparei-me com uma fábula que achei interessante, como gosto de fazer paralelos de algumas coisas que leio, pensei em comentar sobre ela. A fábula se chama "Cruzando o Rio", fala sobre dois monges e, segundo quem publicou, retrata pensamentos obsessivos, vamos a ela:
"..Dois monges se preparavam para cruzar um rio quando avistaram uma jovem que também pretendia cruza-lo. Com medo da correnteza, a jovem pediu que os monges a ajudassem a chegar até a outra margem. Um dos monges hesitou, porém o outro logo a pôs sobre seus ombros e a carregou até a outra margem em segurança onde a deixou. Conforme os monges seguiam sua caminhada, afastando-se do rio, um deles se mostrou incomodado e preocupado. Sem conseguir segurar o seu silêncio, ele disse ao outro: "Você sabe que nossos ensinamentos espirituais nos proíbem de qualquer contato com as mulheres. Mas você a pôs em seus ombros e a carregou!". E o outro monge respondeu: "Sim, mas eu a deixei do outro lado do rio enquanto você parece ainda carrega-la." (créditos da letra no final do texto).
Não poderia pensar em uma resposta melhor. Ele fez o que deveria ser feito, o que a situação pedia, sem qualquer culpa ajudou a jovem em uma situação real de perigo diante do medo que ela sentia.
Naquele momento o objectivo era ajudar, não importando o fato der ser uma mulher, a sua mente esta tranquila quanto isto e por este motivo fez o que tinha que fazer sem qualquer outro tipo de pensamento.
Por outro lado, aquele que hesitou em ajudar pensou primeiro nas consequencias das quais ele acreditava que poderia ter, sem pensar na situação em si, agiu como um verdadeiro "acumulador de culpas".
Trazia consigo, em sua mente, aquele peso de um sentimento de "pecado" diante da situação, não tardou em questionar o acontecido querendo imputar a culpa em seu companheiro de viagem. Um assunto que para um deles já havia morrido, para o outro ainda estava vivo em seus pensamentos.
Lembrei-me de um trecho da musica "Impossível" cantada por uma banda de rock brasileira dos anos oitenta, noventa, onde a letra diz assim: “…Tudo que morre fica vivo na lembrança / Como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça…” (créditos da letra no final do texto).
É mais ou menos isto que esta fábula retrata, coisas que levamos para a vida que na verdade deveriam ficar no caminho enterradas. São fardos que criamos que nos pesam nos ombros quando na verdade já deveríamos ter entregue nas mãos de Deus.
Entre todos os itens que carregamos dentro dos nossos fardos, talvez o mais pesado deles seja a culpa.
Na verdade somos culpados de muitas coisas, afinal somos pecadores, mas além destas que são legitimas, ainda levamos conosco algumas que não deveríamos carregar. Culpas que tomamos para nós em nome das tradições, convicções, ideologias e que colocamos acima do que é certo.
Quem tem autoridade para estabelecer os padrões do que é certo e do que é errado?
Esta é uma pergunta muito importante da qual precisamos responder para nós mesmos.
Somos dotados de inteligência como seres racionais, portanto "podemos" criar padrões que para nós parecem certos. O grande problema está justamente ai, em acreditar que somos capazes de fazer isto.
Quando cremos em Deus, não podemos simplesmente limita-lo a um ser supremos que vive no céu e nos socorre quando precisamos, devemos dar a Ele a importância da qual de fato tem em nossas vida e buscar em Sua Palavra aquilo que precisamos para entender entre o certo e o errado.
Embora se trate de uma fábula, mas em uma situação real como poderiamos saber se o monge ao ajudar a jovem agiu de forma correta ou não?
No Livro de Marcos podemos encontrar uma resposta para esta questão:
"..E sucedeu passar ele
num dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos, caminhando, começaram a
colher espigas. E os fariseus lhe perguntaram: Olha, por que estão fazendo no
sábado o que não é lícito?
Respondeu-lhes ele:
Acaso nunca lestes o que fez Davi quando se viu em necessidade e teve fome, ele
e seus companheiros?
Como entrou na casa de
Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, dos
quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, e deu também aos companheiros?
E prosseguiu: O sábado
foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Pelo que o
Filho do homem até do sábado é Senhor. Marcos 2: 23 à 28
Com isto não pretendo passar a ideia que "os fins justificam os meios", mas na verdade deixar para que reflitam sobre tantas tradições e labirintos que criamos que, no fundo, só complica o que é verdadeiramente simples.
A grande parte das reflexões bíblicas costumam falar sobre nossas culpas, em reconhecer nossa condição de pecador, do arrependimento e da necessidade do perdão de Deus, mas muitas delas existem em nós por causa de regras de tradições que não condizem com a Palavra de Deus. Em outra situação, mas que também nos esclarece sobre culpas que carregamos e não são nossas, está em Marcos 3:
A grande parte das reflexões bíblicas costumam falar sobre nossas culpas, em reconhecer nossa condição de pecador, do arrependimento e da necessidade do perdão de Deus, mas muitas delas existem em nós por causa de regras de tradições que não condizem com a Palavra de Deus. Em outra situação, mas que também nos esclarece sobre culpas que carregamos e não são nossas, está em Marcos 3:
“Outra vez entrou numa
sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiada. E
observavam-no para ver se no sábado curaria o homem, a fim de o acusarem. E
disse Jesus ao homem que tinha a mão atrofiada: Levanta-te e vem para o
meio. Então lhes perguntou: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal?
Salvar a vida ou matar?
Eles, porém, se
calaram. E olhando em redor para eles com indignação, condoendo-se da
dureza dos seus corações, disse ao homem: Estende a tua mão. Ele estendeu, e
lhe foi restabelecida. E os fariseus, saindo
dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o
matarem. Marcos
3:1 ao 6
Um pouco mais a frente no capitulo 7, Jesus nos diz o resultado das "situações de culpas" que criamos para nós. Invalidamos a Palavra de Deus quando colocamos como regras aquilo que não provem Dele.
“…invalidando assim a
palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras
coisas semelhantes fazeis.” Marcos 7:13.
Se querem uma sugestão de qual "fardo" carregar, posso deixar aqui uma indicação:
“..Vinde a mim, todos
os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.” Mateus
11: 28,29,302
"....Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim...". Fantástico ler isto e saber que o unico julgamento que de fato importa sobre nós é o de Deus, por isto Ele pede que aprendemos sobre Sua Palavra e assim conhecer nosso fardo verdadeiro, ao qual nos promete ser leve.
"....Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim...". Fantástico ler isto e saber que o unico julgamento que de fato importa sobre nós é o de Deus, por isto Ele pede que aprendemos sobre Sua Palavra e assim conhecer nosso fardo verdadeiro, ao qual nos promete ser leve.
José Luiz de Paiva
Os compositores da musica mencionada são: Álvaro, Bruno,
Sheik, Miguel, Coelho. Para saber a fonte, clique AQUI
A Fábula é de origem desconhecida, se alguém tiver mais informações sobre ela, deixe nos comentários e os créditos serão atribuídos. O link indicado na publicação que li era: AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário