Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sobre a Lei do Aborto


Sobre o aborto, a grande maioria que defende a pratica dizem que a mulher é dona de seu corpo e tem todo direito de decidir, outras pessoas classificam como uma questão de “saúde publica”.

Ora, é inegável o fato que a partir da concepção o feto já é vida, então não se trata apenas do corpo da mulher, a criança que está sendo gerada não pode, ainda, se defender.

Veja o que diz o professor titular de bioética da Unifesp, Dalton Luiz de Paula Ramos em uma matéria da Super Interessante de 6, abril, 2012.:
“Ao nascer, a criança não fala, não anda e carece de diversas características que só vai ganhar mais tarde. Mas nem por isso negamos a ela a mesma dignidade de um adulto. Portanto, temos de reconhecer que a vida intrauterina tem o mesmo valor, embora faltem ao feto vários traços que ele irá adquirir depois”.

Apenas algumas comparações:
Se estamos falando de direito sobre a vida, e quanto a eutanásia?
Em alguns casos o próprio doente tem consciência do seu estado clínico, desenganado pelos médicos, sem qualquer chance de cura e convive com o sofrimento, mesmo assim a lei diz que ele, ou alguém responsável, não pode tirar a sua vida deliberadamente.

Outra questão é quando alguém sobe no topo de um prédio ou de uma ponte e tenta se jogar, caso ele seja capturado pelas autoridades é preso, porque tentou tirar sua própria vida, mas se é “dela” por que não pode tira-la?

Estas são apenas algumas incoerências da nossa sociedade e que não consigo compreender.  Com estas comparações não estou me posicionando a favor da eutanásia ou do direito de se jogarem de prédios e viadutos, apenas acho curioso como certas questões só valem para determinados propósitos.

Alguns raciocínios são curiosos, pessoas que são donas de suas faculdades mentais, capazes de decidir por si não podem atentar contra sua própria vida, mas um ser indefeso, incapaz de se defender, este pode sofrer as consequências das atitudes de terceiros. Além disto tudo, o fato é que qualquer pessoa que tira a vida de outra pessoa, está cometendo um crime.

A saúde publica não é uma justificativa.
Com respeito a saúde pública, ela também se dá por orientação, por um governo que investe em hospitais, escolas, trabalho, melhores salários, transporte, lazer, cultura e outras tantas coisas em favor da população. 
Se mulheres morrem como resultado do procedimento de aborto, não podemos atribuir a isto as condições a que foram feitas e sim ao fato de que, no mínimo, três pessoas estão cometendo um crime, o médico por fazer e os pais por concordarem. Não podemos distorcer os fatos.

Um homem e uma mulher quando chegam ao ponto de engravidar, sim, porque a responsabilidade é de ambos; não importa mais sua situação financeira, idade ou que tipo de relacionamento mantém com sua parceira, o fato é que geraram uma outra vida e terão que conviver e assumir a responsabilidade do que fizeram.
Se de fato, ao nascer, perceberem que não há condições financeiras ou emocionais para criar um filho, devem procurar ajuda nos órgãos públicos competentes e resolverem esta questão de uma forma legal.

Pessoas favoráveis ao aborto tentam se defender dizendo que um embrião não é de fato uma vida nas primeiras semanas de gestação, mas esta certeza nem mesmo a ciência tem, na mesma matéria da Super Interessante de 6, abril, 2012, vemos:

“O feto é obviamente humano”, afirma o biólogo José Roberto Goldim, professor de bioética da UFRGS. “A questão é decidir quando ele se torna uma pessoa com direitos, e isso não pode nem deve ser estabelecido pela ciência”. A opinião de Goldim faz sentido, até porque a ciência não tem apenas uma resposta, mas várias. No processo de desenvolvimento embrionário, há cerca de 20 etapas que, segundo os cientistas, podem ser apontadas como o momento em que o feto se torna um indivíduo.”

Recentemente me deparei com este texto e fiz questão de transcreve-lo aqui porque cabe muito bem  como exemplo de vidas que poderiam ter sido podadas.

"Pai asmático, mãe tuberculosa. Quatro irmãos: um cego, outro surdo; um morreu e o quarto também tuberculoso. Recomendaria o aborto?
Você estaria sendo a favor da morte do músico mais brilhante do universo: Beethoven.
 
Um homem branco viola uma menina negra de 13 anos e esta fica grávida. Indicaria o aborto?
Você teria incentivado a morte de uma das cantoras negras mais famosas do mundo: Ether Walters.
 
Uma senhora engravida. Ela já tem muitos filhos, seu esposo foi para guerra e lhe resta pouco tempo de vida… Em caso de aborto, o abortado da vez seria João Paulo II.

Uma jovem está grávida. Não está casada e o seu noivo não é o pai do bebê. Se o aborto fosse o melhor caminho, sabe quem teria deixado de vir ao mundo?  
Jesus Cristo.

Ah, já ia me esquecendo... Dois jovens recém casados, esperando um bebê, cheios de planos para futuro, recebem a notícia de que sua filha nasceria sem os braços, cheia de limitações e que certamente morreria nos primeiros cinco minutos. Vocês indicariam o aborto?
Se sim, vocês teriam ajudado a matar alguém que já está com 20 anos; que estuda Psicologia, dá palestras motivacionais e é completamente apaixonada pela vida: EU!"
- Solyana Coelho

É fato que não podemos prever o futuro, independente da personalidade que está se formando dentro de um útero, mas a questão é que se trata de uma vida, como tal merece ter os mesmos direitos que qualquer outra pessoa que já respira aqui fora.

Créditos:
Texto:
José Luiz

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