Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Arrogância



“Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.

É por isso que todas as vezes na vida que alguém me pergunta: 'Você sabe com quem está falando?', eu respondo: 'Você tem tempo?' "

Esta é a definição escrita por Mário Sérgio Cortella.(link abaixo), muito bem detalhada de quem somos no universo, em resposta a arrogância de algumas pessoas.

Mas segundo o cristianismo, quem somos?
Vamos tentar explicar em uma abordagem simples. 
Todo cristão entende sua condição de pecador, para nós a consciência de que nascemos assim é bem clara, necessitamos do amor e do perdão de Deus durante nossa vida. Somos vulneráveis ao pecado, mas ao mesmo tempo consolados no amor e no perdão de Deus.
Ao contrário do que muitos pensam, o cristão não é (não deveria ser), uma pessoa arrogante, dono da verdade ou melhor do que qualquer outra pessoa, mas reconhecemos a nossa condição de fragilidade, necessidade e dependência de Deus.
Todo cristão entende que ao falar de Deus, o importante é que Ele cresça no conceito de prioridade na vida das pessoas,  enquanto nós que semeamos, diminuímos como referencias, assim como está escrito em João 3:30. 

Gosto muito da passagem em I Corintios 3: 4 à 7, onde Paulo explica sobre as alegações de pessoas que discutiam sobre preferencias, uns achavam as pregações de Apolo melhores, enquanto outras preferiam as de Paulo, além disso ele nos diz o que representamos na vida das pessoas enquanto semeadores da Palavra:

“.…Pois, quando alguém alega: “Eu sou de Paulo”, e outro “Eu sou de Apolo”, não estais agindo absolutamente segundo os padrões dos homens? Quem é, portanto, Apolo? E quem é Paulo? Servos por intermédio dos quais viestes a crer, e isto conforme o ministério que o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei; Apolo regou; mas foi Deus quem deu o crescimento. De forma que nem o que planta nem o que rega são de alguma importância, mas unicamente Deus, que realiza o crescimento.…”
Somos diferentes uns dos outros na forma de agir, mas iguais enquanto seres humanos. Paulo não se achava melhor que Apolo e sim igual em sua insignificância diante da importância de Deus. 


Insto não quer dizer que somos insignificantes para Deus, de forma alguma, somos a Sua criação. 

Somos humanos, falhos e por vezes arrogantes, mas ao falar sobre Deus não é a nossa vida que está sendo exaltada, o cristão não se julga superior, apenas tem seus conceitos definidos, dos quais não podemos aceitar determinadas praticas e formas de  se viver, estaríamos traindo nossa fé.

O pecado é acessível a todos, cristãos ou não, estamos sujeitos aos erros e as falhas, a diferença é que procuramos um posicionamento diferente diante do pecado, o que não quer dizer que não aconteça.

Falar sobre Deus e levar Sua Palavra, não quer dizer que sabemos tudo sobre Ele, seria como se acreditássemos que a grandeza de Deus coubesse dentro de nossa pequena mente humana, isto é impossível.

Gosto muito da humildade de Paulo quando escreve aos Coríntios, ele diz que sua missão era plantar, outros com a mesma fé, passariam para regar, mas o crescimento só poderia vir de Deus.
Somos semeadores, outros regadores, nada mais que isto, nosso conhecimento é limitado dentro do que Deus nos revela e o restante é pela fé.
Por isto penso que as nossas diferenças não deveriam ultrapassar o limite do que é pessoal, causando conflitos e inimizade entre as pessoas e no que elas acreditam.

Só o Espírito Santo de Deus quem dá o crescimento, é Ele quem faz o véu do entendimento cair dos olhos para que a verdade  possa surgir, o poder de converter vem de Deus.

As vezes esquecemos nossas obrigações ao nos preocupar com coisas que só Deus pode fazer, deixamos de orar e nos enfurecemos com as pessoas que manifestam pensamentos contrários, como se nossa briga fosse com a carne. Deixamos de regar o coração das pessoas através da oração o que já foi plantado, nosso privilégio dado por Deus em ser um instrumento em suas mãos cai por terra com a nossa ignorância em querer ser as próprias “mãos” que transformam uma vida.
Isto sim é arrogância.

Em I Pedro 1: 24,25: “..Porque: Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que vos foi evangelizada.”

Com diz ai, nossa carne se vai, nossas conquistas pessoais desaparecerão, mas a Palavra de Deus permanecerá, não podemos perder o foco e pensar que somos diferentes, isto é arrogância. Somos seres humanos aos quais, na fé que temos em Cristo, todos precisamos de amor e oração.

Para aqueles que não compartilham da mesma fé, é bom que saiba que todos os cristãos lutam diariamente contra sua própria carne, pois somos pecadores, nosso coração semeado necessita diariamente de crescimento do Espírito Santo, através da oração, assim como no coração de qualquer pecador. A diferença é que reconhecemos a nossa dependência e descansamos no amor, na  bondade e no sacrifício de Jesus por nós.

Soli Deo Gloria

José Luiz de Paiva

 Trecho inicia de Mário Sérgio Cortella, extraído do site: para ver clique Aqui

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