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Aliás é digno de
respeito quem sustenta seus pensamentos de forma coerente e sem interferências
externas. Digo isto, mas sempre observando o cuidado em não se tornar uma
pessoa teimosa.
Todo homem deveria
estar consciente daquilo que defende, sempre aberto para diálogos e ideias
contrárias. Não há mal algum em ser uma pessoa humilde ao reconhecer quando
seus argumentos são rebatidos com coerência e mudar suas opiniões quando
realmente estiver convencido.
O grande segredo para
conseguir isto é algo que a muito tempo caiu em desuso por algumas pessoas,
saber ouvir.
Hoje o que mais vemos
são pessoas tentando impor suas práticas, sejam elas quais forem, tendo por
base apenas o discurso da modernidade, dos “novos tempos” ou baseando-se em
seus "mundinhos" aos quais foram criados.
Cheguei a uma triste
conclusão em que muitos não querem mais discutir, só querem impor as suas
certezas.
Coloquei esta imagem ao
lado como exemplo para ilustrar uma situação. Por muito tempo acreditei nos
comentários que lia sobre este desenho, onde duas pessoas em posições
diferentes observavam a mesma situação e cada uma delas com uma resposta
diferente, mas com a sugestão que ambas estão certas.
Este quadro tenta
ilustrar uma ideia até certo ponto interessante, da perspectiva de cada um
sobre o mesmo assunto, onde as duas partes estão certas em suas definições, mas
será que isto é verdade?
Se aprofundarmos mais
nesta situação, podemos sugerir a ideia em que um dos dois esteja errado em sua
afirmação, ou temos um seis, ou um nove. Ambos estão diante de algo que julgam
conhecer, mas desconhecem os fatos ao redor, o cenário como um todo e
principalmente, a sua função proposta por quem demarcou aquele espaço.
Pode ser um seis ou
pode ser um nove, um dos dois está correto em sua afirmação, mas o fundamental
quando opiniões distintas acontecem, é que se disponham a ouvir, a pesquisar,
entender todo contexto e não apenas o que está diante de si.
Da mesma forma que
temos pessoas que se deixam levar apenas por aquilo que está em sua frente,
outras trazem consigo uma bagagem que não foi ela quem conquistou, mas
que vem de geração em geração, damos para isto o nome de "Tradição".
Pessoas ligadas a algumas tradições,
ensinamentos passados por gerações que poucos sabem a origem, mas ninguém ousa
desafiar. Sem qualquer curiosidade de entender porque fazem ou porque respeitam
isto, acabam passando isto a diante.
Embora parece ser algo sem importância, precisamos ter muito
cuidado com algumas destas questões, Jesus nos alerta para isto:
“E, assim, invalidastes
a palavra de Deus, por causa da vossa tradição” (Mateus 15:6).
“Por que transgredis
vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?” (Mateus 15:3).
“E em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9).
É tão sério isto que
Jesus chega a dizer que: "..em vão me adoram..", justamente
porque colocam as tradições como regras intocáveis desafiando qualquer
argumento, coerentes ou não.
Diga-se de passagem,
Jesus era muito questionado sobre tradições e costumes por pessoas que traziam consigo
velhas leis que vemos no Antigo Testamento.
As tradições também são
responsáveis por um posicionamento contundente e definitivo para algumas
pessoas incapazes de aceitar a possibilidade de dialogar. Para esta pessoas
queria deixar apenas uma palavra: "Tolerância".
A tolerância é a chave
que abre uma parte do nosso cérebro onde acessamos a capacidade de ouvir.
Quando ouvimos com
atenção e ponderamos o que nos foi dito, podemos analisar melhor e aceitar ou
não tudo que foi explanado. Se depois de tudo ainda não concordarmos,
certamente seus argumentos estarão mais fortalecidos.
O importante é enxergar
sempre com um sentimento de respeito aquela pessoa que pensa diferente de nos.
Dentro de cada um de nós existem infinitas possibilidades, sonhos e pensamentos que voam em diversas direções. Talvez seja de comum acordo que todos buscam a felicidade, mas para cada "mundo", que cada um de nós representa, a felicidade é encontrada em lugares diferentes, por isto divergimos em determinadas situações.
O respeito é o equilíbrio que faz estas diferenças coexistirem, sem ele tudo fica mais complicado e estressante.
Quero terminar com um trecho de um pensamento de Ricardo Gondim:
"..Quero falar de Deus sem
exigências messiânicas; desprovido da presunção de lídimo defensor da sã
doutrina. Desejo tão somente oferecer o ombro e abrir mão de minhas muitas
explicações. Se no passado confundi entusiasmo com afobação, zelo com
intolerância, arrojo com precipitação, hoje tento um pisar mais simples diante
de Deus e dos homens.
Quero falar de Deus com
mansidão. Sem reputação a defender. Quero encarnar o significado mais profundo
de “estar crucificado com Cristo”. Depois de tantos anos, ainda não me vesti da
mesma atitude do meu Senhor, que se esvaziou para servir.
Quero falar sobre
bondade, essa rara e nobre virtude que transcende nossas ações para nos
integrar ao agir de Deus. Preciso ser bondoso comigo mesmo, não deixando que
falsas culpas detonem processos internos de intransigência com o próximo; ser
paciente com as inadequações dos que claudicam e doar-me como São Francisco de
Assis: “Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se
recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce
para a vida eterna”.
Soli Deo Gloria.
José Luiz de Paiva
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