Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

sábado, 11 de julho de 2020

Amor e o Ódio

Não saberia explicar o amor, talvez diria que é um sentimento que nos faz ultrapassar limites do que julgamos racional. Já ouvi alguém dizer que o amor é o bem, enquanto o ódio é o mal, mas isto não define ambos, talvez apenas descreva, de forma superficial, o fruto de cada um deles. 
O que posso dizer é que existem muito mais pessoas que amam do que as que odeiam, a diferença é que aquelas que odeiam o fazem com convicção, e a convicção é um multiplicador de forças. 

Possivelmente tudo pode nos parecer lógico, os sentimentos são potencializados conforme a força que depositamos neles, a importância que damos aos fatos e o quanto estamos dispostos a permanecer dentro de uma situação que desencadeou este sentimento.
Dentro deste contexto, o amor só conseguirá se equilibrar ou ultrapassar o ódio, à medida que aqueles que amam demonstrarem o mesmo, ou mais convicção por trás do amor, quanto àqueles que odeiam demonstram por trás do ódio.  

Qual o objetivo disto, por que o amor precisa ser um sentimento a ser encarado com mais convicção e potencializado em nós?
O que me vem à mente para responder esta pergunta, é que o amor precisa ser sentido de uma forma muito mais abrangente do que o ódio de alguns, de tal forma que consiga alcançar os corações dos que odeiam e quebrantá-los; mudando-os e os transformando em mais uma fonte de amor.

O amor tem um poder incrível capaz de transformar,  Martin Luther King Jr, falou da importância do amor em um contexto politico, mas que nos serve como exemplo deste sentimento em qualquer contextualização: "O poder sem amor é imprudente e abusivo, e o amor sem o poder é sentimental e anêmico. O melhor do poder é o amor  implementando as exigências da justiça, e o melhor da justiça é o poder de corrigir tudo o que se opõe ao amor."
Bonitas palavras, mas é claro que estamos falando de um tipo de amor apenas, porque como comentei no inicio, não saberia explicá-lo em sua plenitude, mas podemos senti-lo quando nos dispomos.

O ódio não tem regras, ultrapassa limites, ignora sentimentos e muitas vezes consequências, mas o amor   nos leva a observar sentimentos, nos explica o significado da empatia e nos faz conviver uns com os outros dentro do que chamamos de "moral". Esta moral não é composta apenas por regras criadas por uma sociedade, vai muito além disto, Deus sempre foi a base de toda moral, tudo o que conhecemos como "certo" e "errado", respeitada até por quem não acredita Nele, mas que aos poucos alguns de seus limites estão sendo ultrapassados em busca de uma "tal liberdade", deixando para trás o que nos une. Tudo tem consequências e estamos passando por elas. 

Aqueles que aceitam e respeitam o poder de Deus em suas vidas, acabam por perceber um pouco mais sobre o amor, mesmo que não o compreenda plenamente, mas através da fé sabem se colocar como instrumento Dele. 
Não vivemos aqui em um mundo perfeito e o poder que temos de escolher, por vezes nos fazem tomar decisões controversas, muitas pessoas acabam por aceitar o que conhecemos como moral, mas recusam a Deus; outras aceitam a Deus, mas desprezam a moral e os mais extremos recusam a Deus e a moral. 

A desculpa mais comentada hoje é que precisamos nos adaptar ao tempos modernos, as coisas não precisam mais ser como antigamente. Será que é confortável pensar assim, afinal o que são mais de dois mil anos de experiência comparada com tudo o que temos hoje em dia?
Sim, usei de ironia nesta pergunta, me perdoem, mas estamos facilmente aceitando e nos adaptando às facilidade e isto pode nos custar muito caro. 
O poder de nos adaptar muitas vezes é o que nos leva ao fracasso, nem toda novidade é aceitável, estamos dando voltas em situações ao invés de resolvê-las. Existem coisas que precisam ser mudadas, outras que devem ser mantidas exatamente como são e que fique muito bem claro, tudo que sabemos sobre o certo e o errado veio de Deus, é esta moral, a mesma que nos manteve vivos até hoje. 

Certa vez Mario de Andrade afirmou: "As pessoas não debatem mais conteúdos, apenas os rótulos". É bom que possamos entender que nosso tempo está se tornando escasso demais para perder tempo com rótulos e coisas superficiais, precisamos da essência que é Deus, nossa alma tem pressa.

Amar não é fácil, aliás, nada que envolve Deus é, mas é a unica batalha que de fato vale nossos esforços. É importante escolher melhor nossas lutas, algumas delas não fazem parte do que somos, não valem o tempo que dedicamos e em nada  edifica. Não se trata de se render ou abrir mão de algo, mas de ser esperto, guardar forças  para o que de fato importa. 


Jesus é o que importa, é o único capaz de nos encher com o verdadeiro amor, aquele do qual não sei explicar, mas sei muito bem que existe, porque Ele morreu na cruz por nós e chegou a hora de fazermos a nossa parte. Os que odeiam, os gananciosos e os mentirosos falaram alto por tanto tempo, que o amor precisa parar de sussurrar e começar a gritar em nós. 

Por fim, queria terminar com uma pergunta que me foi feita a muitos anos atrás, em minha profissão de fé na escola dominical: "Quem é o Senhor do mal?"

Existia uma resposta a ser dada, a qual seria considerada correta, mas podemos entrar em um embate e nos encher de argumentos, mas o que importa é entendermos que Deus está no controle de todas as coisas.
"Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." Hebreus 4:13.

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