Ao longo dos tempos, vivemos contabilizando os
velhos hábitos que vamos perdendo e costumes que vão ficando no caminho. Tudo parece seguir dentro de uma normalidade; afinal, existe uma evolução
natural, quanto mais a humanidade vai adquirindo conhecimento tudo tende a
evoluir.
A evolução que vamos sofrendo neste percurso,
atinge várias áreas de nossas vidas, mas nada me assusta tanto quando saímos do
campo das tecnologias e entramos na área comportamental.
Quando jovens nos sentimos um pouco incomodados ao
ouvir relatos de como as coisas eram no passado, não podemos generalizar, mas
existe uma tendencia entre os mais jovens em se apoiar na velha retórica: “Hoje os tempos são outros”.
Deixando o saudosismo de lado, realmente temos que admitir, os tempos são outros,
afinal não ficamos parados, o calendário sempre está a nos alertar sobre isto e
de forma natural vamos envelhecendo enquanto o mundo “evolui”.
Até aqui compreendemos que o tempo não
pára e as coisas mudam, mas será que todas elas precisam mudar?
Estamos sempre aprendendo coisas novas e a evolução acontece em todas as áreas, mas se pararmos para pensar, talvez fosse melhor separar, quando falamos sobre tecnologias e quando nos referimos a usos e costumes.
Minha maior preocupação é nesta segunda parte, especificamente quando nos referimos a moral (ética),
"evoluir" seria a palavra correta?
Esta questão me fez refletir sobre os limites e me motivou a deixar aqui a seguinte questão: Existe um limite para o que chamamos de "evolução"?
Em minha juventude existia uma expressão que muitas
pessoas usavam quando falavam de suas expectativas para o futuro, que era:
"O céu é o limite" (Apenas por curiosidade, O Céu É o Limite, foi o
nome dado a um programa de televisão de 1955 no Brasil, sendo considerado o
primeiro programa de perguntas e resposta da TV aberta, o chamado "Game
Show"). Essa expressão aos poucos se popularizou e passou a ser
utilizada como uma forma de dizer que nada era impossível quando se deseja
alcançar um objetivo.
Nada nos impede de
crescermos intelectualmente, conhecer novas formas e facilidades, tudo faz
parte do nosso crescimento. Parece ser impossível frear estas mudanças,
mas será que todas elas cooperam para no nosso bem?
Quando analisamos superficialmente podemos até
pensar que sim, mas quando prestamos um pouco mais de atenção, percebemos que
estamos perdendo em algumas questões, algumas delas que sempre serviram de alicerces da
sociedade, entre elas a moderação, empatia e o poder de se indignar.
Moderação:
Algum tempo atrás, tudo (ou todos) que
fugia aos padrões normais da época era discriminada, sofriam retaliações e
censuras, mas hoje estamos vivendo o outro extremo e todas as opiniões parecem
polarizadas.
Sofremos com isto, porque precisamos tomar partido
do que acreditamos, mas as reações dos que pensam diferente chegam aos
extremos, não parece existir mais a compreensão e respeito
mútuo.
Empatia:
Estes extremismos que vivemos hoje nos impede de enxergar a
necessidade que temos em compreender as pessoas, sentir o sofrimento que as
aflige e estender as mãos para o ser humano que está a nossa frente. Independentemente de suas escolhas, não podemos optar por um radicalismo, apenas porque não concordamos como seu
estilo de vida e sua maneira de ser.
Indignar:
Várias áreas de nossas vidas têm sofrido com estas
mudanças no comportamento humano, como se tudo fosse natural, o certo e o
errado perderam espaço. É comum hoje aceitar a forma como vivem algumas
pessoas, simplesmente porque isto parece em nada interferir em nós, a
necessidade de manter a amizade e o status de uma pessoa "moderna" fala mais alto.
Aceitar nas outras pessoas aquilo que elas vivem,
não é a questão, podemos dizer que é até uma forma de empatia, o problema é não
entender que aquela atitude ou ação, não condiz como os padrões éticos e
morais. Podem agora estar a pensar: "Mas quem instituiu estes
padrões?".
Calma, vamos lá chegar.
O Céu é o Limite:
Passei minha juventude ouvido esta frase e nunca
concordei tanto com ela como nos dias de hoje, não por seu suposto infinito, mas
por sua representatividade, o Céu como a casa de Deus.
Deus deve ser o que nos limita, não aquele
"deus" que cabe dentro dos nossos entendimentos, que foi forjado com a nossa "moral", mas Aquele que transcende pensamentos e compreensões.
Respondendo a pergunta: "Mas quem instituiu estes padrões?"
Tudo aquilo que entendemos como moral (ética), vem da Palavra de Deus. Todas as leis sobre comportamento que sustentaram a
humanidade até os dias de hoje, vem da Palavra de Deus e são estes os limites que esta modernização desenfreada está tentando banalizar, como se não tivessem mais importância.
O pecado não quer mais o rótulo de
"pecado", em sua arrogância, o pecador, não quer mais o rótulo de
"pecador", a não ser quando pretendem justificar suas falhas.
O mundo sempre nos ofereceu vários
caminhos, mas a Palavra de Deus pede para nos posicionarmos, que não nos
deixemos levar com o vento, esta é tal da porta estreita mencionada em Mateus
7:13,14.
"Entrai pela porta estreita;
porque a larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos
são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho
que leva à vida, e poucos há que a encontrem."
Tenho aqui comigo que as pessoas que preferem a
porta larga são como aquelas que um dia escolheram Barrabás ao invés de
Jesus.
Para quem não conhece a história, Barrabás
fazia parte de um grupo de rebeldes e tinha em seu currículo até mesmo assassinato.
A Bíblia fala pouco dele e não conta o que aconteceu depois que foi libertado.
Na altura da Páscoa, o governador
romano tradicionalmente soltava um judeu da prisão. Quando Jesus foi preso, o
governador Pilatos viu que Ele era inocente e tentou defendê-lo, mas o povo não
quis ouvir. Então Pilatos decidiu usar a tradição da Páscoa para libertá-lo.
Ele deu uma escolha ao povo: soltar Jesus, que não tinha cometido nenhum crime
grave, ou soltar Barrabás, um conhecido criminoso de mau caráter. Mas, contra
suas expectativas, o povo escolheu Barrabás. Pilatos respeitou a escolha e
soltou Barrabás, enviando Jesus para morrer na cruz. Marcos 15:6-15
Entrando um pouco no campo da especulação,
poderíamos pensar que muitos que estavam na multidão conheciam Barrabás,
sabiam do seu mal comportamento, mas não provocava mais indignação porque viviam em
seus extremos. Saindo agora do campo da especulação e falando com toda
convicção, aquelas pessoas que escolheram Barrabás não conheciam o
suficiente sobre Jesus e por isto o rejeitaram.
Consigo enxergar esta atitude nos dias de hoje,
fechamos os nossos olhos ao pecado porque conhecemos pouco sobre a Graça de
Deus e com isto somos solidários aos pecadores, aceitando suas atitudes,
criamos dentro de nós um censo de "justiça" moderna e evoluída.
Felizmente não é assim que as coisas funcionam,
podemos tentar modernizar muitas coisas, mas nunca a Palavra de Deus: "O
céu e a terra passarão, mas as minhas Palavras jamais passarão…" Mateus
24:35
Na verdade a Palavra de Deus é sempre atual, presente em todos os nossos dilemas e questionamentos, porque Ela é viva.
Muitas pessoas "boas" falam
sobre Deus e até acreditam que suas atitudes são suficientes para agradá-lo,
alguns até discutem sobre a Bíblia mesmo sem ter o hábito da leitura.
Para ser justos, podemos, também, mencionar aqueles dentro do ambiente cristão, que, infelizmente, são extremistas
e em nome do que entende na Palavra não demoram em condenar os que pensam
diferente dos seus ensinamentos e dogmas, como se tivesse este poder.
Motivo Real Para Este Texto ter Nascido:
Quando pensei em escrever este texto, tinha em
mente um assunto do qual me incomodava, mas resolvi falar antes sobre a evolução, usos e costumes, para tentar compreender onde foi que começamos a tomar caminhos diferentes.
O que motivou a escrever, aconteceu depois de uma
conversa que tive com pessoas próximas sobre questões que que envolviam sexualidade,
mais propriamente a homossexualidade.
Meus
interlocutores colocavam esta questão como "algo normal", não sei se era a ideia que queriam me passar,
mas dava a entender que a homossexualidade se trata apenas de uma forma que a
"natureza" proporcionou ao ser humano para "corrigir" um
erro no nascimento de determinadas pessoas. Para ser específico, o assunto se tratava sobre uma alguém que
nasceu mulher, mas não se sentia assim.
Por tudo que comentei anteriormente já podem imaginar meu ponto de vista, ao qual foi rebatido de imediato com os argumentos
que era algo normal hoje e, também, "não existia nada na Bíblia que
falasse contra isto".
Antes de ir além, é bom deixar claro
que a questão nunca foi e jamais será o ser humano por trás disto tudo, mas a
prática em si, a homossexualidade e não o homossexual, como bem relata em
Efésios 6:12,13:
"Porque não temos que lutar contra
a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mal e, havendo feito tudo, ficar firmes."
A sexualidade humana é complexa, isto nos afeta
fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Depois da queda, Deus nos deu leis
espirituais para garantir que a sexualidade pudesse continuar sendo a bênção
que Ele pretendia que fosse.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse:
Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a! …. Portanto
deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne. ” Gênesis 1,27-28 e Gênesis 2,24.
Depois da queda, no entanto, os puros instintos
sexuais das pessoas foram contaminados pelo pecado e de repente, eles ficaram
envergonhados de sua nudez (Gênesis 3: 7,10-11). Despertaram-se desejos
impuros, que viriam a assolar seus descendentes por todas as gerações.
O desejo sexual não é pecado, mas ceder a eles sim.
Quando falamos sobre isto, estamos incluindo o sexo extraconjugal, pensamentos
sexuais impuros e práticas homossexuais, como é descrito no Velho e no Novo
Testamento.
"Com homem não te deitarás, como se fosse
mulher; abominação é..." Levítico 18,22.
Todas as pessoas enfrentam provações e dificuldades
na vida, tanto em suas circunstâncias físicas como em sua vida espiritual. Não
viver de acordo com a orientação homossexual inata pode exigir, em algumas
pessoas, um enorme sacrifício, mas Deus abençoa aqueles que vivem totalmente
para Ele. Ninguém que tenha verdadeiramente desistido de tudo para servir a
Deus, vai se arrepender. Ele só quer o melhor para nós.
“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas
fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a
tentação dará também o escape, para que a possais suportar. ” 1
Coríntios 10; 13.
Embora a Bíblia desaprove as práticas
homossexuais, ela não apoia a homofobia ou o ódio aos homossexuais. Em vez
disso, os cristãos são aconselhados a respeitar todas as pessoas (1 Pedro
2:17).
Em Romanos 1:27 lemos: “E, semelhantemente,
também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua
sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e
recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. ”
Levítico 20:13: “ Se um homem se deitar com
outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação;
certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles. ”
Voltando em Romanos 1: 24 a 27: "Por
isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, imundícia, para
serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela
mentira, e adoraram e serviram criatura antes que ao Criador, que é bendito
eternamente. Amém. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as
suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário natureza;"
Em 1 Coríntios 6:9-11: “Não sabeis que os
injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem
os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o reino de Deus. ”
Assim como podemos perceber, a Palavra
de Deus não se exime de falar sobre este assunto, podemos recusar seus
ensinamentos, mas jamais dizer que não fomos alertados.
Qualquer pessoa possui o
direito de escolher a forma como deseja viver, até então não podemos
interferir, a não ser respeitar. A questão é que hoje o nosso respeito não
parece ser suficiente para algumas, querem a nossa aceitação, não apenas para a
pessoa, mas também para suas práticas. Quando nos recusamos, muitos rótulos
surgem, o mais comum é "homofóbico".
Estas pessoas não percebem que estão agindo
exatamente conforme as suas acusações, cerceando o direito de outras pessoas terem opiniões e viver de uma forma diferente.
Não temos o poder ou o direito de julgar uma outra pessoa, mas a Palavra de
Deus, através do Espírito Santo, nos capacita a ter discernimento sobre o
pecado, é por isto que precisamos nos posicionar.
Meu coração estará sempre aberto para as pessoas,
sejam quais forem suas escolhas, mas a certeza que tenho em Deus, me faz
compreender as práticas que precisamos evitar, aquelas a que Ele condena.
Por fim quero lembrar que não é
com o meu posicionamento que precisam se preocupar, mas com o julgamento do
Único que tem o direito de o fazê-lo e o fará. Deus.