Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

quarta-feira, 29 de março de 2017

O Poder da Informação

É inegável que hoje estamos melhores servidos de meios de comunicação. Mais canais, diversos programas jornalísticos, Internet que abre possibilidades para noticiários independentes, blog´s e tantas outras maneiras que a tecnologia nos proporciona. 
Com todas estas facilidades presumimos que temos mais informações e podemos conhecer melhor os parâmetros de direitos e deveres, mas infelizmente, percebemos que a cada dia aumenta a disparidade entre os dois. 

As informações são como  ferramentas poderosas quando comprovadas e bem usadas, nos garante bons resultados em todas as áreas de nossas vidas, mas a grande questão é justamente saber usa-las. 
O que esperamos de pessoas bem informadas são mentes mais abertas aos fatos, com maior capacidade para entender as diferenças e encontrar caminhos melhores para solucionar problemas.
Uma pessoa bem informada tem melhores chances de confirmar seus pontos de vista, entender que nem todas as pessoas precisam pensar da mesma forma e mesmo assim conviverem juntas.
O que percebo é justamente o contrário, uma geração com grande acesso as informações e a cada dia mais escravizadas ao "modismo".

Quando me refiro ao "modismo", logo associamos a roupas e bens de consumo, antes fosse apenas isto, o mais preocupante é quando são influenciadas em ideias e ideologias.

O "modismo" é uma onda superficial de fácil aceitação e sem compromisso algum, a não ser com as aparecias e opiniões das massas afetadas.
Acreditem, houve uma época, não muito distante, que estava na moda dizer que era evangélico ou “crente”, como alguns costumam chamar. Artistas, jogadores de futebol e celebridades das mais diversas áreas vinham a público se declarar.
Não somos capazes de conhecer o coração das pessoas, por isto não podemos afirmar quando estão sendo verdadeiros ou não, o que sabemos são apenas os fatos que vieram tempos depois. A maiorias deles não permaneceram com suas "convicções", com o tempo voltaram a crenças anteriores, novas religiões ou simplesmente deixaram de acreditar.

Para os verdadeiros cristãos, estas pessoas não estavam fazendo favor algum declarando publicamente serem "crentes" ou evangélicos, muitos deles fizeram simplesmente por “status”.
Este tipo de atitude entristece os nossos corações por sua superficialidade, dando um mal testemunho e falando para um grande publico aquilo que não conhecem com profundidade. 

"Ele, entretanto, lhes afirmou: 'Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas; pois assim está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim". Marcos 7:6

Os modismos hoje são outros, não vale aqui aponta-los, mas um em especial me preocupa, a "falsa liberdade" oferecida e que algumas pessoas julgam estar vivendo nos dias atuais. 
Sempre é importante uma analisasse para avaliar o que estamos trazendo para dentro de nossos meios, de nossas vidas e classificando como “normal”.

A "falsa liberdade" provem da superficialidade com que muitos encaram as informações, tiram suas conclusões e agem de acordo com elas, este "poder" nos da ilusão de um controle tentador sobre nossas vidas.
Não é aconselhável  viver na dependência do que nos parece novo, ou porque agrada a maioria, uma pessoa bem informada compreende melhor a situação a sua volta, sabe que através das informações temos o poder de escolha.

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine. I Cor. 6:12 Exatamente isto, muitas pessoas estão se deixando dominar. 

A Bíblia  sempre nos alertou para esta questão, o que mais me agrada ao lê-la é que não se limita apenas em apontar as falhas, mas nos dá ferramentas para corrigi-las.

Temos escolhas e podemos fazê-las livremente, mas é importante entender nossos limites, situações que estão sob nosso controle e aquelas que dependem exclusivamente de Deus. Geralmente é neste hora onde encontramos conflitos e temos dificuldades em aceitar Sua intervenção.

Gosto muito do texto de Thomas Goodwin, embora possa chocar alguns com duras palavras, mas ele soube expor de forma clara e objetiva um fato que faz bem se todos entendessem de uma vez por todas:  
"...Deus não governa o universo como uma democracia. A salvação, ao contrário da liberdade política, não é um direito que podemos reclamar. O grito: ´dêem-nos uma oportunidade a todos por igual´, é um lema bonito para ser apresentado em um motim político, porém não deve se dizer isso diante de Deus. Não nos acercamos ao Soberano do universo como cidadãos que demandam direitos. Nos acercamos como rebeldes violentos, réus dignos de morte e insolentes; que temos pisoteado Sua vinha, atacado Seus obreiros, e assassinado a Seu Filho. Não há sequer um de nós, que mereça ser perdoado; e se Deus fosse perdoar a alguns dos culpados, poderiam os outros culpados queixar-se?"

Felizmente, para nós, o perdão de Deus não vem por mérito, mas por Sua Graça. Não merecemos, mas Ele é capaz de nos perdoar por amor, quando somos sinceros em nosso arrependimento e ao pedir de coração.

Pode parecer contraditório falar sobre liberdade e dizer que Deus não é "democrático", mas a liberdade está justamente no poder de escolhe-Lo ou não.

Vivemos hoje a era do questionamento (está na moda), o que não deixa de ser uma boa coisas, afinal é importante saber dos "porquês". O problema costuma começar quando não nos limitamos apenas em questionar ou sugerir ideias, mas ao tentar impor o que pensamos de maneira irresponsável, simplesmente porque entendemos ser o mais adequado para determinadas situações.

Convém que ao se sentir pressionado com a opinião popular (modismo), possamos refletir  sobre as perguntas  retóricas e a conclusão feita por Paulo:
"....Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? 
Ou procuro agradar aos homens?
Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo...." Gálatas 1: 10

 José Luiz de Paiva

quarta-feira, 15 de março de 2017

Visão Cristã Sobre os Dias Atuais

Créditos da imagem
A busca e a luta por uma dita "liberdade", tem nos levado por caminhos perigosos, estamos perdendo os parâmetros nas questões mais básicas, como educação e moral. 
Quando vivemos sem parâmetros corremos sérios riscos, um deles é querer impor aos outros as nossas escolhas, rejeitando aqueles que pensam diferente, as vezes de forma violenta

Muitos dos que estão lendo agora podem imaginar que estou me referindo a um lado da intolerância apenas, mas na verdade este erro vem acontecendo de ambas as apartes em nome da almejada liberdade.

Viver dentro de parâmetros e regras básicas de convivência não implica em cercear o poder de escolha de ninguém, mas acima de tudo, que elas sejam respeitadas, assim como as opiniões.
Estamos nos deixando levar por uma "onda" de pensamentos dos quais querem nos impor uma "liberdade" através da lei dos mais fortes, dos que gritam mais alto, daqueles que falam em favor da modernidade, sem regras ou limites. Estão nos vendendo a ideia de que hoje tudo é permitido, nada deve ser proibido, tudo é lindo e maravilhoso, apenas esquecem de dizer das consequenciais que vem logo em seguida.
Esta idéia, ou filosofia, como queiram chamar, vem ganhando muitos adeptos, justamente porque o prometido é ampliar seus limites, isto quando há.

Podemos passar uma vida inteira discutindo sobre os parâmetros da moral e não chegaremos a lugar algum sem antes entender o que vem a ser o "respeito"
Para aqueles que não possuem a capacidade de sentir empatia, ao menos respeitem as pessoas que não partilham das mesmas vontades. Simplesmente respeitar, é o principio básico para uma boa convivência.

Quando me refiro a respeitar escolhas, quero dizer que todas as pessoas tem a liberdade de manifestar suas preferenciaismas em hipótese alguma querer impor como regra.

Um dos lados desta questão sobre a moral, é a  igreja, ela sempre teve um papel de destaque na questão comportamental, muitas pessoas ainda preferem usar a Bíblia como parâmetro. É inadmissível querer que estas pessoas aceitem aquilo que a Bíblia condena, por outro lado, aqueles que não crêem neste livro, não são obrigados a respeitar as regras destas escrituras.

Não existem pontos em comum que possamos entrar em debates para estipular um tipo de comportamento, sempre vamos esbarrar na questão da fé. Será uma discussão eterna, quando na verdade precisamos viver em comunhão, mesmo com as nossas diferenças só conheço uma maneira disto acontecer, através do respeito. 

A falta de respeito é responsável por um dos grandes males que enfrentamos hoje, a intolerância, quero destacar neste texto exactamente este ponto.
Não podemos conviver mais com a intolerância, seja ela qual for religiosa, racial, social ou de qualquer outro gênero.

Tolerar não é ser coniventes com aquilo que não concordamos, mas é uma manifestação de amor e respeito por cada ser humano e suas escolhas.
Cada ser humano é responsável por suas atitudes e devem assumir as consequências delas, cada um possui o direito de escolha, mas respeitando seus limites (parâmetros), porque da mesma forma aqueles que pensam diferente de ti precisam viver e esta convivência tem que ser amistosa.

É inaceitável ainda convivermos com fatos como estes:
  • Garota atacada saindo do culto de candomblé;
  • Cristãos negros são baleados em igreja metodista nos EUA;
  • Estado Islâmico decapitando cristãos protestantes e católicos;
  • Judeus são mortos por bomba lançada por islâmicos;
  • Islâmicos são mortos por bombas lançadas por Israel;
  • Morador de Rua morto por jovens;
  • Gay's são agredidos em plena Avenida Paulista;
  • Jovem violentada saindo de uma “balada". 
Não precisamos ser religiosos para entender que limites estão sendo ultrapassados, liberdades cerceadas e conviver com isto está a cada dia mais difícil.
Não é preciso ser religioso para compreender que alguma coisa precisa ser feita para estancar esta sangria de violência sem sentido.

Ninguém tem o direito de estimular estas intolerâncias descabias de mentes insanas em nome de suamoral”, de uma classe ou género.
Tão pouco certas ideologias tem o direito de combaterem a liberdade religiosa em nome de sua “liberdade”. Vivemos em sociedade como uma via de mão dupla.

Se existe aqui alguma possibilidade em que todas as raças, credos, etnias, posição social, Ideologias ou pensamentos contrários de qualquer tipo, possam encontrar um ponto em comum, acredito que é através da consciência de que chegamos juntos ao fundo do posso.

Para os cristão é muito importante que todos entendessem e respeitassem o nosso chamado: E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16:15.

Porém cristãos, entendam, não é por força, mas por amor que o Evangelho é levado as pessoas, ninguém pode ser convencido, não somos nós que convertemos as pessoas, somos simples semeadores. Cada ser humano possui a liberdade de aceitar ou não. Não queiram impor nada a ninguém, só conseguiram inimizades com esta atitude.
O mundo produz diversas distrações, algumas aceitáveis e outras que não convém, a questão é aquilo que trazemos para dentro de nossos lares, sobre isto temos escolhas e somos responsáveis por elas.

Quando conversamos amistosamente com as pessoas, deixando claro nossa posição sobre aquilo que acreditamos, já estamos pregando (semeando). Fazemos isto de forma agradável, amistosa e sem imposições, o que de mais podemos fazer é orar (regar a semente), porque o crescimento pertence a Deus.
Quero terminar este texto com um trecho que li em uma pastagem de C.S.Lwis Brasil:

".....Sempre desejei o progresso, mas pela graça de Deus percebi que, quando se está na estrada errada progresso significa fazer o retorno e voltar para a estrada certa; nesse caso, voltar atrás primeiro é ser mais progressista. Hoje eu acredito no cristianismo como acredito que o sol nasce todo dia. Não apenas porque o vejo, mas porque através dele eu vejo tudo ao meu redor. Percebi que colocando as primeiras coisas em primeiro lugar, teremos as segundas a seguir, mas colocando as segundas em primeiro, perdemos ambas. Tudo que não é eterno é eternamente inútil. Pois se a esperança que se tem fosse apenas nessa vida, não houvesse nada além, nenhum sonho para sonhar, que esperança mais perdida!.."

José Luiz de Paiva  

sábado, 4 de março de 2017

Inversão de Valores


Um jovem saiu cedo de sua casa para sacar um valor em dinheiro no caixa eletrônico e pagar suas contas mensais. Chegando ao banco, se dirigiu ao caixa e fez o saque de mil reais, ao sair do banco foi assaltado e levaram todo seu dinheiro. 

Ao partilhar este acontecimento com seus familiares e amigos, foram unânimes em critica-lo por estar sozinho e ter feito um saque tão alto em um caixa eletrônico. 

Esta história é igual a de milhares de pessoas que passaram por uma situação parecida, por incrível que possa parecer muitos se identificam com esta situação, seja pelo fato de já terem sido assaltados, ou por já terem criticado alguém que passou por isto.

 “.Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”  João 16:33

Passar por uma situação como esta não deve ser nada fácil, ainda mais quando aqueles que deveriam se solidarizar, são os primeiros a apontar falhas em nossas atitudes.
A impressão que se deixa com isto, é que  na visão destes críticos o assaltante estava fazendo seu papel naturalmente e o jovem que trabalhou duro para receber seu salário e juntar seu dinheiro, tivesse cometido o maior erro de sua vida ao ir sacar um valor que era seu. 

Entendo que não podemos facilitar, alguns cuidados poderiam ter sido tomado, mas vivemos em uma época de estrema inversão de valores, nos escandalizamos por coisas erradas, vivemos o absurdo em que deixamos de fazer coisas honestas e saudáveis, por medo de assaltos e outros tipos de violências dos quais estamos expostos  hoje em dia.

Estamos nos conformando e nos adaptando as situações que nos colocam atrás de grades invisíveis que nos limitam,  enquanto estes maus feitores vivem livres em seus comportamentos.

Quantos de nós já tiveram a oportunidade de ver vídeos postados em redes sociais de pessoas fazendo boas ações?
Registram estas situações como se fossem algo fora do natural, quando na verdade deveria ser a nossa rotina, algo que brotasse em nós de forma espontânea. Ser solidário não doe nada e a cada dia as pessoas estão mais ensimesmadas.

Enquanto estava escrevendo este texto me deparei com uma matéria no portal G1 que reforça os meus argumentos. Antes de reproduzir uma parte dela, gostaria de elogiar a atitude deste jovem, precisamos exatamente disto, que cada pessoa faça sua parte, atitudes pequenas e significantes:
O funcionário público Igor Bezerra, de 27 anos, tomou um susto quando voltou de uma festa do carnaval de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e encontrou parte do vidro do carro aberto. Mas o que tinha tudo para virar mais um registro de furto na delegacia teve outro final. No banco do motorista ele achou um bilhete com o recado: “Boa noite. Pegamos seus pertences para ninguém roubar. Amanhã liga, que devolvemos”.
(….)O caso foi compartilhado em uma rede social, já tem quase 3 mil compartilhamentos e mais de mil comentários.” (link para matéria completa no final do texto).

É uma fase tão sombria de nossa história que atitudes como estas se destacam por serem inesperadas, custa acreditar que alguém faria isto sem qualquer tipo de interesse.
É tão verdade, que em outro trecho da matéria, ele ainda desconfiou que se tratava de um golpe: “Ainda pensei se não seria um golpe ou se o cara estava querendo fazer outro contato", diz o funcionário público (…)Chamei dois amigos para ir comigo, caso fosse uma emboscada.…”

Longe de querer generalizar, felizmente a grande maioria das pessoas tem um parâmetro de honestidade, não posso deixar de elogiar a atitude deste rapaz em preservar os bens de quem ele não conhecia, simplesmente por entender que estava fazendo o correto e de fato estava.
São atitudes assim que precisam voltar a ser naturais, que as pessoas se importem mais umas com a outras, que possamos ampliar nosso circulo de bondade para que vá além de nós mesmos e daqueles a quem preservamos. 
Precisamos olhar mais para os lados, perceber as pessoas e suas necessidades, as vezes de coisas tão simples e ao mesmo tempo importantes a elas, coisas que nós poderíamos facilmente resolver com uma simples atitude.

Começamos a perder nossa identidade a partir do momento em que decidimos viver sob nossas próprias regras, mas o que não percebem, que ao contrário de ter uma vida independente, vivem tentando a aprovação das pessoas para serem aceitas no meio em que vivem, perdendo o poder de terem suas próprias opiniões.
Esta visão pós-moderna que vivemos hoje leva as pessoas a fazerem  coisas das quais elas julgam serem as corretas, estão rejeitando os limites e as regras, porem precisamos reconhecer que este caminho que estão tomando, não está levando a paz e a união.

Minha  intenção com este texto é simples, é tentar motivar as pessoas de bem a fazer o bem. Parece uma analogia simples, mas o que vemos hoje são pessoas boas preocupadas com sua segurança e com isto inibidas em praticar o bem. 
Não precisamos correr riscos, mas sempre haverá pessoas, em determinadas circunstancias, dependentes de um ato de honestidade para não perder algo de valor para si.
Como cristão sempre aprendi lendo a Bíblia a não me conformar com certas coisas, busco uma forma de manifestar aquilo que penso sem o uso da violência, a forma que encontrei foi escrevendo e partilhando aquilo que aprendi para que cada um analise e tire suas conclusões
 

“….E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Pela graça que me foi dada, digo a todo aquele que está entre vós, que não pense de si mais do que convém, mas dirija a sua atenção para pensar sabiamente, conforme a medida da fé que Deus a cada um repartiu.” Romanos 12:2.3.

  

"Temos que aprender a viver todos como irmãos ou morreremos todos como loucos" Martin Luther King.

José Luiz de Paiva 

Para visualizar a matéria mencionada neste texto do portal de noticias G1 de 27/02/2017 as 14:27h, cliquei AQUI