Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Igrejas e Governo

“Me sentindo triste, infelizmente saindo da igreja, hoje às 21:15hs, com minhas meninas da célula (10 pessoas), fomos assaltadas por 6 elementos de moto, levaram celulares, carteira, chave de carro, não temos mais liberdade neste pais, que está dominado por bandidos, graças a Deus ninguém se machucou, mas peço a oração dos irmãos, pois estamos abalados, obrigada.”

Li este relato na página de uma rede social de uma amiga, fiquei bem chateado com a situação, mas ao mesmo tempo me veio em mente algumas coisas que me deixam bem pensativo.
Infelizmente estamos mesmo a mercê de bandidos, mas será as igrejas podem exercer algum papel em uma situação que a muito fugiu do controle dos governantes?

As igreja sempre viveu nos extremos, antes governava, hoje não exercem nenhum tipo de influência nos governos (se exerce é velado).
Algumas denominações apoiam a candidaturas para alguns cargos políticos como deputados e senadores, talvez até financiem, mas isto não podemos afirmar. Por experiência isto já mostrou que não traz um resultado eficaz, para uma maioria, nas questões sociais da população, muitos destes candidatos se perdem em assuntos menos importantes ou questões que são "fora de hora", muitas vezes acabam sendo engolidos. Outros acabam até mesmo se corrompendo com um sistema que favorece o benefício próprio, salvo algumas exceções.

Ter um representante no governo requer um entendimento mais abrangente, ao meu ver. Como funcionário público, após ser eleito, ele tem que entender que trabalha para a população e não, apenas, para a instituição que o apoiou, até porque só conseguiu se eleger através do voto popular.

Saúde, segurança, emprego, transporte, qualidade de vida de uma forma geral e habitação, entre outras coisas importantes, são prioridades imediatas e  pouco trabalhadas por estes representantes.

 Precisamos ser moderados, a igreja não deve influenciar os governos de forma a ditar regras, mas precisa acompanhar mais de perto os interesses da população. A igreja precisa se preocupar de uma forma efetiva as necessidades básicas da população, cobrar mais, vir a público e mostrar que não estão apensas fechadas em seus templos orando, o que sem dúvida é fundamental, mas como dizia Martin Lutero: “Devemos orar como se tudo dependesse de Deus, trabalhar como se tudo dependesse de nós”.

A oração não exclui o trabalho e nem suas responsabilidades, é importante as igrejas assumirem o seu papel na sociedade e começar a cobrar mais dos poderes públicos.


Quando me refiro a cobrarem mais, não quero dizer cobranças de interesses doutrinários, e sim responsabilidades que são dadas através do voto popular, situações das quais os direitos dos cidadãos estão sendo deixado de lado. São destas cobranças que me refiro, é justamente neste pondo onde muitos deputados e senadores ligados as igrejas acabam se equivocando quando pensam apenas em apresentar projetos, que embora tenham sua importância, mas que se tornam desnecessários no momento presente onde vivemos na insegurança total.

José Luiz de Paiva


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