Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Esclarecimentos

Apenas quem poderiam me representar:

Pastores e cristãos sérios que não declaram “guerra” contra a carne e o sangue, porque a bíblia diz para não o fazer. Leia em Efésio 6:12

Pastores e cristãos sérios que tem como missão ir e pregar o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), sem o julgamento prévio sobre as pessoas, porque esta parte só cabe a Deus.

Pastores e cristãos sérios que esperam a justiça em Deus, entendem que não adiantam discussões, agressões físicas ou verbais diante de pessoas com pensamentos diferentes. Leia Isaías 51

Pastores e cristãos sérios que não acreditam que possuem o poder de converter, no máximo convencer, o que não é correto ou aconselhável. A Bíblia é clara ao dizer que:

·         Devemos semear (ou seja, ir e pregar o evangelho)
·         Devemos regar (ou seja, voltar aos lugares e pregar novamente, ou que outro o faça)
·         NÃO ter a ilusão de que são capazes de fazer crescer estas sementes (soberba)


O crescimento destas sementes que foram semeadas e regadas pelos homens, só Um tem o poder de fazer brotar e crescer e Este é Deus. Leia em I Cor. 3:6

Quem poderia me representar aqui na terra, são pastores e cristãos sérios que buscam o que há de vir (I Cor.2:9).  Mas só Um pode me representa diante do Pai, e este é Jesus,  leia João 14:6

Não são as pessoas nossos ‘inimigos” a serem abatidos, mas sim a pratica do mal em si e mesmo assim, não segundo o nosso entendimento, mas segundo o entendimento de Deus.

A indignação, o posicionamento contrário, a não aceitação de algo que vá contra suas crenças conforme as leis de Deus, são atitudes louváveis, mas nada disto justifica a ignorância em tomar medidas austeras ou que ferem a liberdade alheia. Leia I Cor. 6:12

Conta-se que, certa vez, uma sociedade Missionária Africana, escreveu para Davd Livinstone que estava no coração da África evangelizando, perguntando: “Você encontrou boas estrada aí no lugar onde está?
Em caso afirmativo enviaremos outros missionários para estarem ao seu lado”.
Livingstone respondeu: “Se vocês tiverem homens que só virão se houver boas estradas, então eu não os quero aqui”.

O mundo em que vivemos não é lugar só de boas estradas, esta mensagem serve para qualquer um, cristão ou não. Na vida temos altos e baixos, pessoas que pensam igual e também que pensam diferente de você.
Estradas sinuosas com situações que não esperamos, e a grande diferença que podemos ter neste momento é se perguntar, queremos fazer este percurso sozinhos ou com Deus?

Algo que precisamos ter em mente é que, a missão de pastores e cristãos sérios, não é endireitar este mundo, não temos este poder e não é aqui que precisamos concentrar nossos esforços, mas sim nas pessoas. É este o propósito da evangelização. Neste mundo precisamos nos preservar (Marcos 8:36), semear e regar para algo muito maior, para o que há de vir. Leia I Cor. 2:9

Lembrem-se pastores e cristãos sérios, devemos amar o pecador, mas não o pecado, da mesma forma que devemos combater o pecado, mas não o pecador. Neste momento devemos lembrar sempre da posição que tomou Jesus diante da mulher que estava sendo apedrejada.  Leia João 8: de 1 a 10.

E como podemos combater o pecado?
Não com palavras de ordem, não através de criticas e debates que não levarão a lugar algum. Devemos fazer isto através das "sementes" que são jogadas e "regadas", o crescimento já sabemos bem Quem o fará.

Quem jamais irão me representar:

Pastores e cristãos que agem como falsos profetas (Mateus 24:11). Estes que tentam criar aqui na terra o seu reino, buscando riquezas, poder através de cargos políticos ou da mídia. Que buscam reconhecimento, plantando e colhendo suas falsas sementes onde eles próprios são seus deuses. Para estes sim, é importante o confronto direto, brigas, discussões, combates corporais e ideológicos.

Como saber discernir quem é um e quem é o outro?


Fácil. Leia Mateus 22:29

José Luiz de Paiva

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Igrejas e Governo

“Me sentindo triste, infelizmente saindo da igreja, hoje às 21:15hs, com minhas meninas da célula (10 pessoas), fomos assaltadas por 6 elementos de moto, levaram celulares, carteira, chave de carro, não temos mais liberdade neste pais, que está dominado por bandidos, graças a Deus ninguém se machucou, mas peço a oração dos irmãos, pois estamos abalados, obrigada.”

Li este relato na página de uma rede social de uma amiga, fiquei bem chateado com a situação, mas ao mesmo tempo me veio em mente algumas coisas que me deixam bem pensativo.
Infelizmente estamos mesmo a mercê de bandidos, mas será as igrejas podem exercer algum papel em uma situação que a muito fugiu do controle dos governantes?

As igreja sempre viveu nos extremos, antes governava, hoje não exercem nenhum tipo de influência nos governos (se exerce é velado).
Algumas denominações apoiam a candidaturas para alguns cargos políticos como deputados e senadores, talvez até financiem, mas isto não podemos afirmar. Por experiência isto já mostrou que não traz um resultado eficaz, para uma maioria, nas questões sociais da população, muitos destes candidatos se perdem em assuntos menos importantes ou questões que são "fora de hora", muitas vezes acabam sendo engolidos. Outros acabam até mesmo se corrompendo com um sistema que favorece o benefício próprio, salvo algumas exceções.

Ter um representante no governo requer um entendimento mais abrangente, ao meu ver. Como funcionário público, após ser eleito, ele tem que entender que trabalha para a população e não, apenas, para a instituição que o apoiou, até porque só conseguiu se eleger através do voto popular.

Saúde, segurança, emprego, transporte, qualidade de vida de uma forma geral e habitação, entre outras coisas importantes, são prioridades imediatas e  pouco trabalhadas por estes representantes.

 Precisamos ser moderados, a igreja não deve influenciar os governos de forma a ditar regras, mas precisa acompanhar mais de perto os interesses da população. A igreja precisa se preocupar de uma forma efetiva as necessidades básicas da população, cobrar mais, vir a público e mostrar que não estão apensas fechadas em seus templos orando, o que sem dúvida é fundamental, mas como dizia Martin Lutero: “Devemos orar como se tudo dependesse de Deus, trabalhar como se tudo dependesse de nós”.

A oração não exclui o trabalho e nem suas responsabilidades, é importante as igrejas assumirem o seu papel na sociedade e começar a cobrar mais dos poderes públicos.


Quando me refiro a cobrarem mais, não quero dizer cobranças de interesses doutrinários, e sim responsabilidades que são dadas através do voto popular, situações das quais os direitos dos cidadãos estão sendo deixado de lado. São destas cobranças que me refiro, é justamente neste pondo onde muitos deputados e senadores ligados as igrejas acabam se equivocando quando pensam apenas em apresentar projetos, que embora tenham sua importância, mas que se tornam desnecessários no momento presente onde vivemos na insegurança total.

José Luiz de Paiva