Uma senhora conscienciosa fizera diversas visitas a um
competente psiquiatra. Em um momento de grande franqueza, ela finalmente
perguntou:
-
Doutor, que é que está errado comigo?
Surpreso
e confundido momentaneamente, o médico passou a friccionar o queixo, enquanto
procurava uma resposta apropriada.
- Bem
– disse ele – se a senhora quer ouvir o meu diagnóstico provisório, eu diria
que a senhora é alérgica a si mesma. Se há uma pessoa da qual a senhora deve
manter-se afastada, essa pessoa é a senhora mesma.
Sem
entrar nos aspectos técnicos que a questão envolve, constatemos o fato: existe
uma “alergia a si mesmo” contra a qual o cristão sensível deve estar em alerta,
talvez até mais do que seus amigos e vizinhos descrentes.
Temos
um caso clássico desse tipo de auto alergia no sétimo capítulo de Paulo aos
Romanos. Quanto mais Paulo penetrava em seu eu mais íntimo, mais profundo,
tanto mais via que ali se desenrolava uma luta titânica.
Ele
via duas forças que se engalfinhavam em combate mortal: A velha natureza, que
herdara em virtude de seu nascimento natural, e a nova natureza, que lhe fora
dada como resultado de seu renascimento em Jesus Cristo.
Essas
duas naturezas, lamentou-se o apóstolo Paulo, estavam em contínuo estado de
conflito dentro dele. Por isso, ele se queixou amargamente: “Não faço o bem que
prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” Faço as coisas que sei erradas e
que detesto e, ao mesmo tempo, deixo de fazer todas aquelas coisas boas que mui
nobremente resolvi fazer.
Esse
conflito sem tréguas em seu coração foi tão agudo, que o grande apóstolo
finalmente exclamou: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo
desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7.24-25).
Existe
apenas um Ser que nos pode libertar da luta brutal que se desenrola dentro de
nós, entre as duas naturezas opostas: Apenas Deus, por intermédio de Jesus
Cristo, nosso Senhor.
Não
nos garantiu isenção imediata das hostilidades; todavia, nos pôs no coração o
selo da vitória final.
Por
Jesus, Ele nos garantiu inteiro e livre perdão de todos os maus intentos e
maquinações do nosso velho, rebelde e pecaminoso eu. Nunca estaremos livres do
pecado nesta vida mortal, mas estaremos livres da culpa, do domínio e da
punição do pecado. Essa é a mensagem da cruz.
Através
de Cristo, Deus também prometeu dar-nos o poder e a capacidade de enfrentarmos
com êxito crescente o inimigo que existe dentro de nós (Filipenses 4.13).
Alérgico
a você mesmo?
Entre
em cada novo dia acompanhado de Cristo. Ele inclinará a balança da batalha a
seu favor.
Extraído de Herman W. Gockel, Ergue a Tua Vida
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