Sempre que me perguntam porque Deus deixa acontecer coisas ruins com pessoas "inocentes"; costumo responder esta questão usando uma frase de Baruch Spinoza: “As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo. ”

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Administrando o Tempo



“..Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, deixará o fruto do seu labor para ser porção de quem não trabalhou nele; também isso é vaidade e um grande mal. Pois, que alcança o homem com todo o seu trabalho e com a fadiga em que ele anda trabalhando debaixo do sol?

Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho é vexação; nem de noite o seu coração descansa. Também isso é vaidade.

Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus…” Eclesiastes 2: 21 a 24

Não conheço um laboratório melhor para analisar qualquer situação do que a nossa própria vida.
Somos um compêndio de fatos, sentimentos, desejos, forças e fraquezas dentro dos nossos pequenos cérebros que fervem em pensamentos de todos os tipos.

Mas o que isto tudo tem a ver com os versículos mencionados?

É simples, vivi esta situação, na verdade posso dizer que ainda vivo. Assim como eu, talvez muitos se identificam com esta passagem bíblica, porque passamos uma vida em busca de uma boa formação, bons empregos, melhores salários, uma boa casa para se viver, formar uma bela família e adquirir bens de consumo para completar nossas conquistas, mas o que existe de errado nisto tudo?
Nada…A questão é que estes fatores podem ser necessários, mas precisamos compreender qual ordem de prioridades que devemos dar a cada um deles.

Facilmente perdemos a noção de limites, nossas "necessidades" passam a não ter fim, quando percebemos estamos esgotados, com os nervos a flor da pele, sem a mínima paciência para se relacionar com as pessoas, com poucos amigos e alguns interesseiros que só olham para sua condição social.
Infelizmente, envelhecemos, perdemos as energias de fazer o que antes nos era tão fácil, o mercado de trabalho perde o interesse por seus serviços e como consequência sua renda cai, tarde demais percebemos que deixamos de aproveitar a vida de uma forma mais completa, percebemos que vivemos para o trabalho, quando na verdade deveria ser o contrário.

A vida não é feita de extremos, precisamos do nosso trabalho, nossas rendas para cumprir com as responsabilidades de moradia, alimentação, estudos, diversão, etc..... A questão está justamente em nossas ambições, saber exactamente separar nossos compromissos diários e compreender o que de fato precisamos para viver.

Atenção Dispensada
A palavra "dispensada" aqui, não quer dizer aquilo que deixamos passar, mas no que, ou com quem passamos o tempo necessário.
Constituímos família,  esposa e filhos, natural que precisamos trabalhar mais para seu sustento, por outro lado são pessoas das quais o convivo se faz necessário, não apenas quando acordamos ou chegamos do trabalho.
Com a família vem a necessidade de uma moradia, de preferência um quarto para cada filhos, um meio de transporte adequado, roupas e diversos outros objectos dos quais só fazem aumentar a necessidade que nossa renda seja cada vez maior. 

De quanto precisamos para viver?
Não tenho esta resposta, mas talvez possa dizer do que não precisamos para viver. 
Enquanto estava escrevendo este texto recebi uma mensagem da minha esposa com uma historia sobre os três pedidos feito por Alexandre o grande próximo de sua morte, já conhecia esta história, assim como muitos de vocês, mas é bastante pertinente recordar:
" ....Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos mais reputados médicos da época.
Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo, seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas….
Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, a vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, pergunta a Alexandre a razão destes. Alexandre explica então:
Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão, para mostrar aos presentes que estes NÃO têm poder de cura nenhuma perante a morte.
Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem.
Quero que minhas mãos balancem ao vento, para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos, de mãos vazias partimos..."

 De todas as histórias, sejam elas verídicas ou apenas fábulas, sempre nos coloca um ponto de vista diferente, esta é uma delas, mas a verdade bíblica na qual podemos ter a certeza é que ".... onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”  Mateus 6:21
Deus nos pede para que nosso tesouro seja juntado no céu onde nada pode consumir (Mateus 6:20), estes tesouros são nossas atitudes aqui, tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, como nos comportamos diante das situações que vivemos e nossas escolhas.

"Tempo", talvez este seja um item do valioso tesouro do qual deveríamos investir; tempo para Deus, para a família, amigos e para sua própria vida.

É certo que existem muitos obstáculos, principalmente porque a cada dia nos vemos com a necessidade de trabalhar mais e muitas vezes ganhando menos, a situação se complica com tanta corrupção, ganancia, insegurança e diversos outros fatores que acabam por tirar o nosso sono, mas “…Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar algum tempo à jornada da sua vida?”  Mateus 6:27

Quando Deus nos fala que nosso coração está onde escolhemos depositamos o nosso tesouro é esta escolha que definirá quais são as nossas verdadeiras prioridades na vida, quando escolhemos depositar nossos "ganhos" no Eterno Deus, certamente descansamos debaixo de Suas providencias. 

Não estamos aqui dizendo que devemos sentar e esperar que as coisas caiam do céu, temos nossa parte a fazer, nossos deveres a cumprir, mas o fardo não precisa ser carregado sozinho e nossas escolhas não precisam ser apenas nossas.


Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”  Mateus 6:34

Profissionais de administração ou não, todo trabalhador entende que precisamos administrar o nosso tempo para que consigamos desempenhar nossas funções e executar todas as tarefas diárias no trabalho. Sabemos exactamente a hora que entramos e quando encerra o expediente, mas e quanto se trata da nossa vida?

Temos em nossas certidões o dia e a hora que nascemos, mas não vem registado a data que vamos partir.
Conheço um excelente Administrador, O melhor e Perfeitamente Capaz  de administrar o que temos de mais precioso, a nossa vida. Deus. 
Ele sabe exactamente a hora em que nascemos e quando iremos partir, por isto é O Único capaz de administrar nossas vidas.

Tempo para Deus, para sua família e para sua própria vida, a importância de priorizar e aceitar que Jesus administre e nos mostre a verdadeira importância de cada uma destas coisas.









sábado, 23 de setembro de 2017

A Cura Mais Importante



"No último dia 15 (Setembro), o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, concedeu uma liminar que, na prática, torna legalmente possível que psicólogos ofereçam pseudoterapias de reversão sexual, popularmente chamada de cura gay....."(fonte no final do texto).

Esta resolução gerou uma "onda" de protestos e os mais efusivos foram nas redes sociais, como era de se esperar. As igrejas foram as mais criticadas, especialmente as evangélicas.
Infelizmente muitos  lideres destas igrejas midiáticas fazem por merecer tantas críticas e perseguições, simplesmente porque não correspondem, não agem como deveriam segundo a Palavra de Deus, mas este é um assunto para outra hora.

Não ficou claro se com esta liminar o juiz quis afirmar que a homossexualidade se trata de uma doença e sem os conhecimentos médicos suficientes, não posso entrar em um debate  sobre doenças físicas ou psicossomáticas.

Em minha opinião e isto gostaria de deixar claro, não vejo como uma "doença" e acredito que a maioria dos cristãos também pensam da mesma forma. Neste texto quero deixar meu ponto de vista, o que me leva a pensar desta forma.
Podemos falar sobre este assunto de forma racional e pacifica, compreendendo que todo confronto leva a um bloqueio que impede as partes de se ouvirem.

A Luz da Palavra
 Acredito na Bíblia como  a Palavra Viva de Deus e portanto um livro de fé e pratica, sendo assim não posso deixar de relatar seus escritos: 
“..Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.
Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza.
Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão…”
Romanos 1: 25 a 27.


Em diversas situações ela deixa claro que a homossexualidade é uma pratica pecaminosa, por  este motivo não posso acreditar que se trate de uma doença.
Não escolhemos adoecer, por mais que possamos nos cuidar, foge do nosso controle, esta pratica não estaria classificada na Bíblia como pecado se fosse considerada uma doença. Podemos afirmar que pessoas que sofrem de diversos tipos de enfermidades são pecadoras apenas por estarem doentes?
Não!

A questão é que todos nós somos pecadores e quando digo "nós" subintende-se que estou neste meio:Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus."   Romanos 3:23 a 26

Portanto todos nós precisamos da graça de Deus para nossa redenção. Poderíamos dizer que todos estamos doentes espiritualmente e o perdão de Deus é a nossa cura, mas como todo respeito a classe médica, não vejo o que eles podem fazer sobre isto.
Não podemos, de maneira alguma, apontar o dedo e condenar, como se tivéssemos este poder de julgar outras pessoas.

Jesus sempre tratou a todos de forma igual, seja qual fosse o pecado, o que de fato importava era o reconhecimento e o arrependimento, não aquele que nasce na boca e sai com a ajuda da língua em forma de palavras, mas o arrependimento que nasce no coração como verdadeiro.
Podemos ter dúvidas se esta ou ou aquela é uma pratica pecaminosa, mas o que não podemos é duvidar da nossa condição de pecador. Deus conhece os nossos corações e melhor do que ninguém sabe das nossas necessidades e Ele quer de nós este reconhecimento.

Sabem como Deus pagou por nossos pecados?

João 3:16Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Foi assim....

Falando em Jesus, sempre quando alguém quer "justificar" seus pecados mencionam a passagem da mulher adultera pega em flagrante da qual Jesus livrou do apedrejamento, está em João 8:7 a 11.
"...Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé.
Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.

Linda passagem não é mesmo?
Mas ela nos mostra mais do que a compaixão de Jesus, nos ensina a importância de reconhecer a nossa verdadeira condição. 
Imaginem se isto acontecesse nos dias de hoje, com tantas atitudes arrogantes que vemos em nosso dia a dia, talvez algumas pedras teriam sido atiradas, mas ali, naquele momento, todos reconheceram que eram pecadores, desde os mais velho ao mais novo, este é o primeiro ponto importante.
Só Jesus ficou, o único que poderia "condena-la", mas Ele não o fez. Para alguns este relato terminaria ai, já seria o suficiente para reforçar suas necessidades, mas as palavras de Jesus para aquela mulher não pode passar desapercebidas por nós: "...
E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais."..Queria destacar dois pontos: "Nem eu te condeno;.." Nos faz refletir, quem somos nós para dizer o que deve ser feito com aqueles que julgamos pecadores?
Outro ponto foi o pedido final de Jesus: "...vai-te, e não peques mais.".
Sim, ela estava em pecado, Jesus a livrou da condenação dos homens, mas a alertou quanto a isto e pediu para que não voltasse a fazer. 

Novamente fazendo um exercício de imaginação aqui, fico a pensar se aqueles homens que empunhavam pedras nas mãos tivessem tido um momento de misericórdia e a deixado ir, talvez ela teria saído dali revoltada com aquelas pessoas e mesmo com muito medo de ser pega novamente e ter enfrentar aquele "tribunal" de homens armados com pedras, jamais teria compreendido sua condição de pecadora. 
Ao invés disto,  ela foi perdoada por Jesus, o qual em momento algum a ameaçava, não tinha pedras em suas mãos, mas apenas o Seu amor, Suas palavras de compaixão e sabedoria. 
A Biblia nos diz: "...E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.." João 8:32.
Jesus mostrou a verdade, não apenas para aquela mulher, mas para todos que estavam presente ali.
Podemos saber se algumas praticas são pecaminosos, porque a Bíblia nos relata, mas o que não podemos é classifica-las por nós mesmos, diagnostica-las como se fossemos capazes de julgar e atribuir a eles uma solução diferente daquela a qual Jesus nos mostrou na Cruz.

Sejam os heterossexuais ou homossexuais, a verdadeira "cura" é para todos: " ...E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.." João 8:32.
O importante é conhecerem a verdade que está em Jesus, reconhecer que estas condições não são as únicas que caracterizam ou não o pecado,  por isto nossa oração a Deus deve ser sempre para que Ele nos perdoe, nos mostre onde estamos errando e nos livre dos nossos pecados com a verdade, seja ela qual for.

José Luiz de Paiva


Matéria referida foi extraia do site EL PAIS  BRASIL, no dia 23/09/2017 as 10:25h hora de Lisboa. Para ver clique AQUI